Operação Laços de Sangue: marido e mulher serão levados a Júri Popular pelo assassinato de Aldo Suassuna

Dois réus envolvidos na Operação ‘Laços de Sangue’ serão levados ao Conselho de Sentença do 2º Tribunal do Júri da Comarca de João Pessoa-PB, acusados de serem os mandantes do assassinato de Aldo Suassuna de Sousa, executado pelos denunciados Jadlly Kledson Figueiredo Serafim da Silva e Edmilson Nascimento da Silva. O casal, João Lustosa de Sousa e Raimunda Cleonice de Mesquita Sousa, responde por homicídio triplamente qualificado e formação de quadrilha. O julgamento está agendado para o dia 14 de março, com início às 9h.

A vítima foi assassinada no 25 de junho de 2011, quando foi alvejada a tiros em frente ao Espetinho do Raniere, no Município de Patos (307 Km de João Pessoa). Atualmente, os réus, que serão levados a Júri Popular, respondem ao processo em liberdade. Segundo informações processuais, o crime é mais um dentre os diversos homicídios decorrentes da histórica e sangrenta briga familiar entre os clãs Oliveira e Suassuna, dos municípios de Patos e Catolé do Rocha, Sertão da Paraíba.

A Operação ‘Laços de Sangue’ teve início em setembro de 2011 e prendeu, pelo menos, 15 integrantes dessas famílias com 18 armas, entre pistolas, escopetas e espingardas supostamente utilizadas nos assassinatos. Após a realização da operação, juízes e delegados envolvidos nas investigações passaram a receber ameaças de morte, o que motivou o Tribunal de Justiça da Paraíba a solicitar reforço para a segurança dos magistrados.

Por motivos de segurança, o julgamento foi desaforado para a Comarca da Capital e distribuído para o 2º Tribunal do Júri. A pronúncia é da lavra da 1ª Vara da Comarca de Patos e, em sua fundamentação, o magistrado afirma ter indícios suficientes da autoria ou participação dos réus no assassinato. Quanto à materialidade do crime de homicídio, o laudo de exame em local de morte violenta e laudo tanatoscópico evidenciam a morte da vítima.

“A materialidade do crime de formação de quadrilha se evidencia pela colheita de prova testemunhal, bem como, pelas conversas gravadas através da medida cautelar de interceptação telefônica. Restou demonstrado, efetivamente, que alguns dos denunciados estavam associados para a prática de crimes contra membros de família rival”, diz parte da pronúncia.

100 mortes – A Operação ‘Laços de Sangue’ pôs fim a uma briga entre famílias que se estendeu por mais de 30 anos e resultou em pelo menos 100 mortes. A ação conjunta entre os sistemas de Justiça e de Segurança investigou a atuação de pistoleiros em homicídios que seriam motivados por rixas entre famílias das cidades de Catolé do Rocha e Patos, no Sertão da Paraíba, como, ainda, nos estados do Rio Grande do Norte  e do Ceará.

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