A vereadora Eliza Virgínia (PP) convocou a população a comparecer às manifestações em defesa do Governo Federal, programadas para o próximo domingo (26). Ela também defendeu a aprovação da Reforma da Previdência e chamou atenção para a proliferação de fake news sobre o tema. O vereador Marcos Henriques (PT) rebateu a parlamentar criticando o Governo Federal e afirmando que a reforma previdenciária proposta só será atrativa para os mais ricos. Os dois usaram a tribuna da Câmara Municipal de João Pessoa (CMJP), na sessão desta quinta-feira (23).
Durante seu pronunciamento, Eliza Virgínia convocou a população a participar da manifestação a favor do presidente Jair Bolsonaro (PSL), no próximo domingo (26). “Se você quer que ‘caixa dois’ seja crime tipificado no Código Penal, vá para as ruas dia 26; quer que o pacote anticrime do ministro Sérgio Moro seja aprovado, vá para as ruas dia 26; quer que o Brasil continue nessa linha para avançar, conseguir frutos e novas formas de governar, vá para as ruas. Estamos em um tempo no qual o protagonismo do cidadão brasileiro está bem evidente, e isso é muito bom. Vamos para as ruas”, convidou Eliza.
A vereadora pediu atenção para notícias falsas a respeito da Reforma da Previdência. “Uma das fake newsmais ditas por aí é que não existe defict na previdência, mas existe. Só em 2018, a diferença entre o que o Brasil recebeu e o que pagou de aposentadorias e pensões chegou a R$ 290 bilhões. Outra fake news diz que, se cobrarmos das empresas que devem à previdência, acaba-se com o rombo. É mentira, pois mesmo se cobrássemos essa dívida e recebêssemos ela toda de uma vez, só cobriríamos dois anos de defict. Além disso, todas as empresas que devem estão falidas. Também temos partidos que devem, e o que mais deve é o PT: R$ 13 milhões”, declarou.
“Mais uma fake news: são os mais pobres que vão pagar o ‘pato’. Mentira! O sistema de hoje é o maior causador da desigualdade no Brasil. Os pobres se aposentam muito depois dos ricos, porque não conseguem ter uma continuidade de contribuição. Hoje, o rico que faz um concurso público e passa, com seus 20 anos de idade, consegue trabalhar, ter estabilidade e não ter quebra de contribuição. Por isso, se aposenta por tempo de serviço, o que não acontece nunca com o pobre. Aquele pedreiro que consegue emprego na construção do prédio, e depois do término da obra sua carteira não é mais assinada, ele espera ser contratado daqui a seis meses, por exemplo, quando a construtora conseguir erguer um novo prédio”, exemplificou.
Contraponto
Marcos Henriques (PT) replicou a vereadora sobre a Reforma da Previdência. Para ele, a reforma apresentada só será atraente para os mais abastados. “Nessa Reforma da Previdência, cria-se um fundo de capitalização para o qual quem contribui são apenas os trabalhadores. O governo e as empresas não contribuem. Resultado: no final, os trabalhadores vão se aposentar com a metade de um salário mínimo, é isso que a Reforma da Previdência, em seu bojo, faz. Qual a solução encontrada por eles? Ir ao Bradesco ou ao Itaú fazer um fundo previdenciário. Aí esse Governo elitista parte para o ‘ganha-ganha’, onde só quem ganha são os empresários, os banqueiros e aqueles que mais têm. Isso é a Reforma da Previdência”, definiu.
Segundo o vereador, é notícia falsa quando, para defender a reforma, algumas pessoas dizem que outras recebem mais de R$ 100 mil de aposentadoria. “Não adianta vir para cá fazer ginástica, dizer que a reforma é boa, porque não é. Eles dizem que tem gente que ganha R$ 100 mil, e que Bolsonaro vai dar um jeito nisso. Não vai, pois quem já fez isso foi Lula, em 2006. Acabou-se esse negócio de ganhar acima do teto, todo mundo ganha pelo teto. As fake news, que deram a vitória ao presidente Jair Bolsonaro, continuam”, afirmou.
O parlamentar ainda ressaltou que o Governo Federal não respeita os trabalhadores e quer acabar com as normas regulamentadoras que defendem a classe. Ele destacou como o Governo deveria agir, na sua opinião, para diminuir o desemprego no país. “O Governo deveria saber que a previdência é importante quando é superavitária, e esse superavit se consegue com emprego, colocando o povo para trabalhar e criando políticas de inclusão social; trazendo o programa ‘Minha Casa, Minha Vida’ de volta, para a construção civil poder crescer e gerar empregos. Assim, veríamos a inclusão social começar a ser efetivada. Estamos em um tempo surreal, que tem muita gente defendendo que é ruim se aposentar e que é bom cortar dinheiro da educação”, avaliou.