Uma ação integrada dos policiais civis do Grupo Tático Especial (GTE), da Delegacia Distrital da 17ª Delegacia Seccional de Itaporanga na Região Metropolitana do Vale do Piancó, Ministério Publico da Paraíba e o Poder Judiciário possibilitou a 1ª colaboração premiada realizada no Sertão paraibano e com isto a descoberta de um esquema de corrupção responsável pelo desvio de energia elétrica em prédios comerciais e residências. O crime estava acontecendo dentro da empresa fornecedora de energia elétrica, Energisa Paraíba.
Foram cumpridos 4 mandados de prisão e 23 mandados de busca e apreensão em imóveis residenciais e comerciais suspeitos de estarem dentro do esquema ou seja fraudando o consumo de energia elétrica . Durante dois dias foram encontradas fraudes em 16 imóveis e em outros 7 existiam indícios de fraude de desvio de energia. Cinco pessoas foram presas, quatro em decorrência dos mandados de prisões e uma em flagrante.
O esquema começou a ser descoberto durante a investigação de uma denúncia anônima que a concessionária de energia recebeu e repassou para a polícia. A informação deu origem a ‘Operação Hemera’, que significa Deusa da Luz. Na primeira fase, um ex-funcionário da empresa foi preso, identificado como sendo um dos responsáveis pelo esquema de corrupção, fraude e desvio de energia elétrica. E foi a partir daí que a polícia deflagrou nessa terça-feira (3) a 2ª fase da Operação, que teve o apoio do Instituto de Polícia Cientifica (IPC) de João Pessoa, técnicos e fiscais da Energisa Paraíba.
De acordo com as investigações, o esquema descoberto consistia em fraudes na leitura dos consumos de energia com a participação de alguns funcionários da empresa Energisa. Ex-funcionários da concessionária de energia, eletricistas particulares, comerciantes conhecidos na região e até político da cidade são investigados. Os fraudadores alteravam a leitura do medidor de energia para abaixo do consumo real, destruíam ou substituíam o medidor por outro “laranja”, a fim de ocultar o roubo da energia. Um funcionário da Energisa alimentava o sistema via smartphone com dados falsos, fornecendo leitura, informando algum defeito no medidor ou que o imóvel estaria fechado. Eles ainda ofereciam o “serviço” para colocação de desvio de energia por determinado preço ou benefícios posteriores, indicando eletricistas para fazer o desvio ou ele mesmo fazia a implementação do sistema de desvio.
A ‘Operação Hemera’, além do efeito repressivo, para a sociedade tem caráter educativo, pois serviu para orientar a população do perigo que representam as ligações clandestinas e os prejuízos que este crime representa para os cofres públicos e para a empresa concessionária que tem atuação específica no combate a fraudes e recuperação de crédito. A Polícia estima que nas duas fases da Operação conseguiu recuperar 60.000 kWh. O que daria para abastecer 400 residências durante 30 dias. A Operação foi coordenada pelo delegado seccional Antonio Netto e pelo delegado de Itaporanga, Renato Leite.