A vida pública, que deveria ser espaço de debate e construção coletiva, tem virado campo de tiro na Paraíba. Em poucos meses, vereadores foram vítimas de tentativas de facada, rajadas de bala e até de execução cruel. Carlão escapou de um ataque dentro do próprio gabinete. Guguinha sobreviveu a disparos contra seu carro. Já Perón, em Jacaraú, não teve a mesma sorte: foi assassinado brutalmente.
Esses episódios, além de trágicos, expõem a vulnerabilidade de lideranças municipais que, ao contrário de deputados e senadores, não contam com estrutura de segurança robusta. Quando a palavra e o voto passam a ser substituídos pela força das armas, o risco não recai apenas sobre os políticos — mas sobre a própria confiança da sociedade em suas instituições.
A reflexão que emerge é inevitável: que democracia é possível quando seus representantes mais próximos do povo precisam viver sob o medo? A política não pode ser um campo de guerra; se assim for, quem perde não são apenas os vereadores, mas toda a sociedade.







