O presidente Jair Bolsonaro (PL) recebeu, nesta terça-feira (4/10), o apoio oficial do governador reeleito de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo). Nesta manhã, o político mineiro viajou a Brasília para encontro com o mandatário na residência oficial da Presidência da República, o Palácio da Alvorada.
Em coletiva à imprensa, Bolsonaro disse que o apoio de Zema neste momento é “mais que bem-vindo, ele é essencial, ele é decisivo para a nossa reeleição”.
Já Zema anunciou que as divergências com o presidente Jair Bolsonaro foram “deixadas de lado” e ressaltou que sempre manteve diálogo com o chefe do Executivo federal. “Eu acredito muito mais na proposta do presidente Bolsonaro do que na proposta do adversário”, frisou ele em referência ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). “Eu, mais do que ninguém, herdei uma tragédia”, criticou ele ao citar gestões petistas no governo mineiro e em municípios do estado.
“Sempre tivemos diálogo muito franco, nada tratado entre nós visava outros interesses a não ser o futuro do estado e, da nossa parte, do Brasil. O governador Zema passou um breve filme do que foi a gestão do PT para seu estado, e podemos dizer a mesma coisa sobre o Brasil”, concordou Bolsonaro.
O estado governado pelo Novo é o segundo maior colégio eleitoral do país. Nas eleições de domingo (2/10), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva abriu uma vantagem de 563 mil votos sobre Bolsonaro em Minas. O apoio de Zema poderá reverter o cenário.
Na segunda-feira (3/10), o governador já havia andiantado possível apoio, afirmando que considera a aliança com o PT, partido de Lula, “impossível”.
Com o apoio, Bolsonaro disse acreditar que em Minas poderá ter uma “boa diferença” de votos no segundo turno em relação ao adversário. No próximo dia 12, Bolsonaro terá um encontro religioso no estado. Ele disse que pretende ir pelo menos três vezes ao estado nas próximas semanas.
Acompanharam a agenda no Alvorada nesta terça os ministros da Infraestrutura, Marcelo Sampaio, e do Meio Ambiente, Joaquim Leite, além do candidato a vice de Bolsonaro, general Walter Braga Netto, e do senador Flávio Bolsonaro, coordenador da campanha do pai à reeleição.
Chave para a eleição
Lula e Bolsonaro foram para o segundo turno com uma diferença de 6,1 milhões de votos, quantidade muito próxima à recebida por Zema em sua reeleição. O governador mineiro pode ser a diferença para eleger Bolsonaro, por exemplo, se for seguido pelos mineiros que lhe confiaram o voto.
Quando extraídos apenas os votos em Minas Gerais, Lula ganhou de Bolsonaro com uma margem apertada. A diferença foi de 563,3 mil votos, ou 4,69%, percentual reversível para o segundo colocado.
Cenário diferente de 2018, quando Bolsonaro venceu em Minas Gerais com larga distância de Fernando Haddad, candidato do PT à época. Há quatro anos, Bolsonaro teve 58,19% dos votos válidos em primeiro turno no estado e Haddad, 41,81%.
Na ocasião, a diferença de 16,38% não foi revertida no segundo turno. Bolsonaro se manteve vitorioso em Minas Gerais, com 55,13% dos votos. Haddad teve 44,87%. Foram 10,26 pontos percentuais de distância entre os dois.
Metrópoles