Nesta sexta-feira, 11 de julho, a comunidade católica celebra o Dia de São Bento, um dos santos mais influentes da tradição cristã, considerado padroeiro da Europa e da Alemanha. Seu legado espiritual atravessa séculos e continua a inspirar fiéis em todo o mundo, inclusive no Brasil, onde sua presença é marcada por mosteiros em várias cidades, como o de João Pessoa (PB), localizado no bairro do Centro, próximo à Praça Dom Adauto. O Mosteiro de São Bento da Paraíba, fundado em 1596, é um dos mais antigos do país e guarda viva a espiritualidade beneditina até os dias de hoje.
A data de 11 de julho marca, no calendário litúrgico romano, a trasladação das relíquias de São Bento para a Abadia de Saint-Benoît-sur-Loire, na França, onde estão preservadas em uma cripta que se tornou destino de peregrinação.
Um legado de fé, disciplina e resistência
São Bento nasceu em 480 d.C., em Núrsia, na Itália, em uma família nobre, e era irmão gêmeo de Santa Escolástica. Sua trajetória foi marcada por renúncia, oração e resistência espiritual. Ao escolher viver como eremita, afastou-se do mundo para dedicar-se integralmente à vida cristã. Durante esse período, enfrentou provações que se tornaram lendárias na tradição católica: resistiu a tentações e atentados do Diabo, como um cálice de vinho que se transformou em serpente e um pão envenenado, que ele se recusou a consumir.
Sua fama de santidade e sabedoria atraiu seguidores e o levou a fundar doze pequenos mosteiros, culminando com a criação do mosteiro de Monte Cassino, que se tornaria o berço da Ordem dos Beneditinos, a mais antiga das ordens monásticas católicas.
A Regra de São Bento: oração e trabalho
A base da vida monástica beneditina está contida na Regra de São Bento, escrita por ele cerca de treze anos antes de sua morte. Nela, o santo propõe um equilíbrio entre oração (ora) e trabalho (labora), além da prática da obediência, humildade, hospitalidade, castidade, caridade, disciplina e dedicação aos estudos. Essa regra moldou a vida em mosteiros por séculos e influenciou até mesmo a cultura ocidental em sua visão de comunidade e serviço.
No Brasil, a espiritualidade de São Bento floresceu em importantes centros monásticos em São Paulo, Rio de Janeiro, Salvador, e também em João Pessoa, onde o Mosteiro de São Bento da Paraíba segue sendo um centro de oração e acolhimento.
Um exemplo que atravessa os séculos
São Bento foi declarado padroeiro da Europa pelo Papa Paulo VI em 1964, em um gesto que reconheceu a importância de sua obra para a civilização ocidental cristã. O último papa a adotar seu nome foi Bento XVI, em referência direta à sua espiritualidade, mesmo que o último papa oficialmente beneditino tenha sido Pio VII, pontífice entre 1800 e 1823.
Neste 11 de julho, os católicos de todo o mundo e, especialmente, os fiéis de João Pessoa, são convidados a renovar sua fé, inspirando-se na vida de São Bento, símbolo de resistência espiritual, sabedoria e serviço silencioso à humanidade.







