O líder do Democratas na Câmara, deputado Efraim Filho (PB), disse que a proposta de derrubada da taxa de importação do etanol prejudicaria muito os produtores brasileiros. “Medidas como essa geram instabilidade no mercado e prejudicam os produtores”, afirmou.
A declaração do ministro da Agricultura, Blairo Maggi, de que a taxa de 20% sobre as importações de etanol pode ser derrubada – como forma de compensação para que os Estados Unidos voltem a comprar carne brasileira – fez o açúcar despencar na bolsa de Nova York. “Não se pode usar toda uma cadeia produtiva como moeda de troca”, ponderou. Além disso, Efraim enfatizou que a concorrência desleal dos EUA, que não são submetidos às mesmas regras de estoques reguladores, “levaria a uma forte tendência de quebra de Usinas e perda de empregos, especialmente no Nordeste”.
Maggi, que é do Mato Grosso, estado que mais exporta carne no país, disse que pode levar o tema à Câmara de Comércio Exterior (Camex). “Essa medida deve ser discutida com o setor produtivo”, disse Efraim. “Não se pode querer beneficiar um segmento em detrimento de outro, que também gera emprego e renda em todo o país”, acrescentou.
Analistas apontam que a medida levaria a um aumento de importações de etanol, derrubando os preços internos do biocombustível após uma entressafra marcada por chuvas regulares – o que também pressiona as cotações – o que levaria as usinas a produzir mais açúcar.
O presidente da Associação de Plantadores de Cana da Paraíba (Asplan), José Inácio, ressaltou a importância do posicionamento de Efraim. “Precisamos da ação do deputado Efraim para se posicionar contra essa medida extremamente nociva para o nosso setor”, afirmou.
Também o presidente da Federação dos Plantadores de Cana do Brasil (Feplana) criticou a proposta. “É fragrante essa intenção de prejudicar o etanol do Brasil para talvez conseguir restabelecer a entrada da carne brasileira nos EUA”, diz Alexandre Andrade Lima.
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