O deputado federal Efraim Filho, do União Brasil, que hoje será diplomado como senador, revelou-se um fenômeno nas eleições majoritárias de 2022 na Paraíba, quando logrou conquistar a única cadeira em disputa à Alta Casa do Congresso, enfrentando pesos-pesados como o ex-governador Ricardo Coutinho (PT) e a deputada estadual Pollyanna Dutra (PSB), lançada pelo esquema do governador João Azevêdo faltando 45 dias para o pleito. Pollyanna ficou em segundo lugar. Efraim, que está no quarto mandato na Câmara, já se projeta como um dos expoentes da nova legislatura no Congresso Nacional, pelas posições firmes e pela coerência com que procura pautar sua biografia.
Ele se apresentou aos eleitores como “um político que entrega resultados”, massificando os recursos destinados para diferentes regiões da Paraíba, que viabilizaram empreendimentos de porte do interesse da população. Filho do ex-senador Efraim Morais, que foi eleito pelo ex-PFL, depois DEM, em 2002, Efraim Filho revelou determinação diante dos obstáculos para seguir em frente com sua jornada, recusando sondagens e convites para compor chapa de vice-governador e mantendo-se inflexível no projeto traçado de chegar ao Senado, reeditando a trajetória do pai. Coordenador da bancada federal paraibana em Brasília, nascido em João Pessoa, Efraim tem 43 anos e é formado em Direito pela Universidade Federal da Paraíba, além de ter feito pós-graduação em direito do consumidor pela Universidade de Granada, na Espanha. Também tem pós-graduação pela Escola Superior da Magistratura.
Em 2014, foi membro da CPI da Petrobras. No ano seguinte, presidiu a CPI dos Fundos de Pensão. Foi líder do Democratas por três vezes e presidiu a Frente Parlamentar de Comércio, Serviços e Empreendedorismo. Obteve 617.477 votos, o equivalente a 30,82% dos votos válidos, tendo como primeiro e segundo suplentes André Amaral, do Pros, e Erik Marinho, do União Brasil, respectivamente. Bem articulado no Congresso Nacional junto a parlamentares de diferentes partidos e respeitado em círculos empresariais e acadêmicos, com quem dialoga sobre pautas específicas de interesse de tais segmentos, ele surpreendeu a opinião pública ao precipitar a campanha ao Senado da República, deflagrada ainda em fevereiro de 2021. Foi um precedente na história política da Paraíba, onde a prática era a escolha de candidatos em gabinetes fechados por imposição de cúpulas partidárias. Também chamou a atenção por outro gesto marcante: o de romper com o esquema do governador João Azevêdo, ao concluir que não teria o apoio dele para concorrer ao Senado. Acabou fazendo parte da chapa encabeçada pelo deputado federal Pedro Cunha Lima (PSDB), que disputou o segundo turno contra João Azevêdo.
Nonato Guedes