Um grupo formado com mais de 600 empresários de João Pessoa está se mobilizando para discutir com entidades governamentais, as medidas restritivas estabelecidas no último do decreto estadual. O toque de recolher das 22h às 5h para as cidades que, na avaliação epidemiológica, estão nas bandeiras vermelha e laranja, é o ponto de discussão do setor empresárial.
O grupo independente formado com 604 empresários, fomentadores de mais de 40 mil postos de trabalho de seguimentos diversos da Paraíba, realizou um levantamento em algumas empresas da capital. O estudo apontou que e em apenas uma semana do toque de recolher, 718 demissões foram feitas em João Pessoa, das 114 empresas entrevistadas.
O empresário Filipe Gaudêncio é um dos organizadores do movimento. Ele explicou que a classe quer diálogo e discutir sobre o novo decreto, que trouxe muitos impactos negativos para a economia. Além disso, o empresário disse que o grupo vai cobrar um plano de fiscalização e ações para minimizar os efeitos negativos sofridos pela crise na classe produtiva. “Queremos ser ouvidos. A classe empreendedora está unida com os funcionários. Muita gente está perdendo emprego e a culpa não é nossa. Só em uma semana foram mais de 700 demissões, isso apenas nas empresas que responderam nosso questionário. Na minha empresa foram mais de 60 demissões. É muita gente na rua e não é o que queremos”, desabafou.
Filipe também destacou que a grande maioria dos empresários se preparou para o novo normal, adotando todas as medidas de segurança necessárias e determinadas pelo governo, para coibir a disseminação do vírus, mas que precisa haver mais empenho dos órgãos fiscalizadores. ” “Não é justo o empresário que trabalha corretamente se responsabilizar pelos que não trabalham. É necessária uma fiscalização mais rigorosa e punitiva por parte dos órgãos. E é isso que queremos cobrar”, explicou.
Durante a próxima semana, várias reuniões estão agendadas com deputados, senadores e com secretário municipal de Turismo, onde serão apresentados os dados levantados e feita a cobrança de um plano de fiscalização e ações para minimizar os efeitos sofridos pela classe empresarial.