O secretário de Estado da Saúde, Geraldo Medeiros, comentou em entrevista ao programa Tribuna Livre, da TV Arapuan, nesta segunda-feira (31), que o novo decreto estadual – que terá vigência a partir desta terça-feira (1º) – deve trazer medidas para frear a contaminação pela ômicron. “Não há espaço para ficarmos paralisados sem tomar atitude senão a rede hospitalar não aguenta”, disse.
“Hoje teremos reunião com o governador para discutir essa questão da alta contaminação que ocorre no nosso estado. O decreto expira hoje e a partir de amanhã terá o novo, provavelmente à noite será publicado e as medidas adotadas serão decididas pelo colegiado com a aquiescência do governador. É preocupante a altíssima contaminação em decorrência da variante ômicron, com mais de três mil casos novos diários e ontem sete óbitos, todos de pessoas que não se vacinaram ou não completaram o ciclo vacinal, faltando a segunda dose ou dose de reforço”, disse.
Medeiros acredita que no mês de fevereiro haverá uma grande contaminação ultrapassando os quatro mil casos diários. “Teremos o pico na metade do mês de março e, a partir daí, na segunda quinzena, espera-se o declínio no número de contaminados. Não há espaço para ficarmos paralisados sem tomar atitude senão a rede hospitalar não aguenta”, afirmou.
Aumento dos casos
O secretário destacou que a variante ômicron tem uma característica que é de 60 até 70% maior poder de propagação que a delta. “É o vírus de maior poder de propagação da história da humanidade e contamina muitas pessoas. Mesmo tendo a letalidade baixa, o fato de contaminar muitas pessoas, em números absolutos, rapidamente o aumento da ocupação de leitos ocorre, em decorrência da grande contaminação principalmente em bares, restaurantes, shows, encontros familiares com 30, 40 pessoas, além do relaxamento da utilização de máscaras que tem contribuído para esse aumento assustador de casos de covid”, disse.
Segundo Geraldo Medeiros, há um percentual de pessoas que não acredita nas vacinas, apesar de ter sido demonstrado em números que [graças a elas] houve uma queda no número de mortes no pais de 90%. “O surgimento de uma variante como a ômicron aumenta o número de pessoas contaminadas e 10% das pessoas mesmo com as três doses estão apresentando reinfecção. Infelizmente pessoas idosas ou com doenças associadas, estão sendo penalizadas pelos seus filhos e netos que vão para shows, baladas, aglomerações em condomínios e voltam para casa os contaminando. Essa população, mesmo com as três doses pode evoluir para casos graves”, alertou.
Novo decreto
O documento apresentado ao governador deve mostrar, segundo o secretário, que as aglomerações em espaços públicos neste momento predispõe a um aumento associado de adoecimento de paraibanos e consequentemente, infelizmente, no aumento do número de óbitos. “Ontem tivemos sete óbitos todos eles de não vacinados ou pessoas que não completaram o ciclo vacinal”, disse.
O secretário também lembrou que medidas restritivas em eventos foram discutidas na reunião de sábado entre o Ministério Público Estadual, Ministério Público Federal e Ministério Público do Trabalho, juntamente com a Vigilância em Saúde e setores de eventos. “Manifestamos preocupação com relação aos eventos, mesmo com a exigência do passaporte vacinal, acarretam uma grande contaminação pela ômicron”, destacou.
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