O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), deve se encontrar com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva na próxima semana, logo após o feriado da Páscoa. A informação foi divulgada pelo Correio Braziliense e confirmada pela ministra-chefe da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann.
Segundo Gleisi, o encontro representa um gesto de aproximação entre o Palácio do Planalto e o Congresso Nacional. A ministra destacou que Lula tem elogiado a atuação de Hugo Motta à frente da Câmara, especialmente por sua postura ponderada diante de pautas sensíveis. A reunião segue o mesmo movimento já realizado com o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), como parte da estratégia de articulação política do governo.
Entre os temas que devem estar na pauta do encontro está o polêmico projeto de lei da Anistia, protocolado recentemente pelo deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ) com 256 assinaturas. A proposta busca anistiar os envolvidos nos atos antidemocráticos de 8 de janeiro, o que tem provocado forte reação tanto na base governista quanto na sociedade civil.
O projeto está sendo pressionado por aliados da oposição para tramitar em regime de urgência, o que obrigaria a análise do mérito pela Câmara em até 45 dias. A expectativa é que o pedido de urgência seja votado na mesma sessão. No entanto, líderes governistas têm resistido, alertando para os riscos da proposta.
O líder do governo na Câmara, deputado José Guimarães (PT-CE), afirmou que o requerimento de urgência não obriga a votação do mérito e reforçou que cabe exclusivamente ao presidente da Casa definir a pauta. Guimarães acusou ainda a oposição de tentar manipular a narrativa em torno do projeto, que, segundo ele, tem como verdadeiro objetivo anistiar o ex-presidente Jair Bolsonaro e militares envolvidos na tentativa de golpe.
Atualmente, mais de 2.200 projetos tramitam com pedido de urgência na Câmara, o que levanta questionamentos sobre a prioridade conferida à proposta de anistia.
O encontro entre Lula e Hugo Motta acontecerá em um momento de retomada gradual das atividades legislativas, após o recesso da Semana Santa, período em que a Câmara funcionou com sessões híbridas e agenda reduzida.
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