O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse nesta 3ª feira (28.abr.2020) que o novo diretor-geral da Policia Federal, Alexandre Ramagem, deverá ter “dificuldades à frente da corporação“. Maia atribui os prováveis percalços à “polêmica” em torno de sua nomeação. O deputado ressalvou, porém, que não conhece Ramagem.
“Não conheço o quadro que foi para a PF. Acho que ele vai ter dificuldades na corporação, pela forma com que foi polêmica sua nomeação. A gente sabe que a PF é uma corporação muito unida, que trabalha de forma muito independente. Qualquer tipo de interferência é sempre rechaçada”, afirmou o demista.
O presidente da Câmara deu as declarações em entrevista ao apresentador da TV Bandeirantes José Luiz Datena.
Ramagem foi nomeado para o lugar de Maurício Valeixo, pivô da demissão do ex-ministro da Justiça Sergio Moro. Na saída, Moro acusou o presidente Jair Bolsonaro de tentar interferir politicamente na Polícia Federal. Ramagem é pessoalmente próximo à família Bolsonaro.
Os outros 2 nomeados por causa da dança das cadeiras causada pela saída de Moro foram elogiados por Rodrigo Maia. André Mendonça, novo ministro da Justiça, de acordo com Maia fazia “1 ótimo trabalho na AGU (Advocacia Geral da União)”.
Quem assume a AGU no lugar de Mendonça é José Levi. “Um quadro muito respeitado em Brasília”, nas palavras de Maia. “São duas escolhas que podem de fato ajudar o governo do ponto de vista com sua interlocução principalmente com o Poder Judiciário”, afirmou o presidente da Câmara.
Rodrigo Maia é quem tem a prerrogativa de permitir o início de 1 processo de impeachment contra Bolsonaro ou autorizar uma CPI (comissão parlamentar de inquérito) na Câmara para investigar as acusações feitas por Sergio Moro. A possibilidade de isso acontecer, no cenário atual, é pequena.
Poder 360