Foi deflagrada, na tarde desta sexta-feira (1/02) a segunda fase da Operação Calvário, pelo Ministério Público da Paraíba, através do Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco) e Comissão de Combate aos Crimes de Responsabilidade e à Improbidade Administrativa (Ccrimp).
O objetivo desta fase foi cumprir mandados de prisão preventiva de Daniel Gomes da Silva, Michelle Louzada Cardoso e Leandro Nunes Azevedo e mandados de busca apreensão contra Waldson Dias de Souza, Livânia Maria da Silva Farias e Analuisa de Assis Ramalho Araújo. A decisão foi do desembargador do Tribunal de Justiça, Ricardo Vital, presidente da Câmara Criminal.
Conforme informações do Gaeco, a operação investiga uma organização criminosa, comandada por Daniel Gomes da Silva, que é responsável por desvio de recursos públicos, corrupção, lavagem de dinheiro, peculato através de contratos firmados junto a unidades de saúde do Estado, na ordem de R$ 1,1 bilhão.
Os mandados estão sendo cumpridos pelo Gaeco/MPPB com apoio da Coordenadoria de Segurança e Inteligência (CSI) do Ministério Público do Rio de Janeiro em João Pessoa, Conde e Rio de Janeiro.
Operação
A Operação Calvário investiga uma organização criminosa infiltrada na Cruz Vermelha Brasileira – filial do Rio Grande do Sul, dentre outros organismos não-governamentais, incluindo o órgão central da Cruz Vermelha Brasileira, a filial da CVB no Estado de Sergipe e o Ipcep – Instituto de Psicologia Clínica, Educacional e Profissional. A primeira fase foi desencadeada no dia 14 de dezembro.
Segundo a investigação, operando sob a denominação e o CNPJ destas entidades não-governamentais, a organização criminosa comandada pelo investigado obteve acesso a mais de R$ 1,1 bilhão em recursos públicos. Por intermédio desses mecanismos, foram desviados milhões em recursos públicos da saúde, no período entre julho de 2011 até agora, sendo certo que tal estimativa é muito inferior ao valor real do dano causado ao patrimônio público, dado que somente foram computadas as despesas da CVB-RS com uma pequena parcela de fornecedores que prestam serviços em unidades de saúde do Município e do Estado do Rio de Janeiro, notadamente não alcançando os desvios de recursos públicos decorrentes da atuação da organização criminosa no Estado da Paraíba, onde a mesma vem auferindo centenas de milhões de reais, desde o ano de 2011.