Presidente interino do Congresso, Veneziano diz que governo do DF foi omisso: ‘Disseram que estava sob controle’

 

O Senado Federal pediu reforços ao governo do Distrito Federal para o policiamento na Esplanada dos Ministérios horas antes de vândalos invadirem o local e depredarem as sedes dos Três Poderes – Congresso Nacional, Palácio do Planalto e Supremo Tribunal Federal (STF).

A informação foi confirmada pelo presidente em exercício do Senado Federal, Veneziano Vital do Rêgo (MDB), nesta segunda-feira (9), durante coletiva de imprensa após reunião de lideranças da Casa.

De acordo com o senador, na manhã de ontem (8) a polícia legislativa entrou em contato demonstrando “preocupação com aquilo que já se prenunciava”, pedindo para que entrasse em contato, em nome do Senado Federal, com o governador do Distrito Federal Ibaneis Rocha, pedindo reforços, o que foi feito.

Segundo Vital do Rêgo, com a impossibilidade de contato com o governador, foi acionado o secretário da Casa Civil do DF, Gustavo Rocha, que minimizou as preocupações.

“Recebi como informação que não deveríamos nos preocupar e que toda situação estava plenamente sob controle, que os bloqueios que não permitiriam o acesso a sedes dos Poderes já tinham sido adotados. Quatro horas depois vimos o inverso: os atos de vandalismo que terminaram se consumando”, afirmou o presidente em exercício, falando em “lamentável omissão” do governo local. “Falamos, pedimos o reforço. A Polícia Legislativa já previa a possibilidade de atos desta natureza. […] Mas foi garantido que tudo ia transcorrer perfeitamente bem”, completou.

Segundo Veneziano, todas as investigações em curso serão acompanhadas pela Casa, “que também foi vítima”. “As apurações se darão em respeito aos procedimentos legais, haveremos de cobrar punição severa de acordo com os limites que nós temos como Estado Democrático de Direito”, acrescentou.

Uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), batizada de CPI dos Atos Golpistas, de autoria da senadora Soraya Thronicke, será instalada a partir de 1º de fevereiro para investigar os responsáveis pelo episódio. A expecativa é que o Senado retome as atividades nesta terça-feira, 10, diretamente do plenário: “Esses atos e qualquer outro não impedirão que o Parlamento funcione, não nos quedaremos diante dessas práticas terroristas”, conclui Veneziano.

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