Por: Claudio Britto
Na noite do último dia 4, durante o debate transmitido pela TV Arapuan, a campanha de reeleição de Harrison Targino para a presidência da OAB/PB mais uma vez surpreendeu – e não exatamente de forma positiva. Como atual presidente, seria esperado que Harrison, ao pleitear um novo mandato, usasse o espaço para destacar suas realizações e apresentar propostas que justificassem a continuidade de sua gestão. No entanto, o que se viu foi uma postura dominada por ataques incessantes, especialmente direcionados à gestão de Paulo Maia, com um tom que mais lembra um candidato da oposição do que alguém que já ocupa o cargo. A impressão é que Harrison recorre a essa estratégia porque, talvez, não tenha realizações ou propostas próprias a oferecer.
Ao confundir o debate da OAB com uma campanha partidária – da qual ele parece estar umbilicalmente ligado –, Harrison perde a oportunidade de demonstrar responsabilidade e transparência ao não prestar contas de seu próprio mandato. Ao invés de compartilhar um plano de continuidade ou inovação, o que observamos é uma campanha sustentada em críticas e narrativas vazias, desviando o foco das reais necessidades da advocacia paraibana. Essa abordagem apenas reforça a dúvida: estaria ele sem realizações significativas para exibir?
Em contrapartida, Paulo Maia adota uma postura totalmente distinta. Como ex-presidente, ele poderia facilmente revidar com os mesmos ataques, especialmente frente às provocações e distorções lançadas contra ele. No entanto, Maia opta por um discurso construtivo, focado na apresentação de realizações e em propostas claras para o futuro da advocacia paraibana.
O contraste entre as duas campanhas não poderia ser mais evidente. Ao tentar desqualificar Paulo Maia, Harrison termina por enfraquecer a própria imagem, ao não oferecer aos advogados uma visão inspiradora e propositiva para o futuro. Em oposição a isso, Paulo destaca-se pela coerência e pelo compromisso com a verdade — um discurso pautado em fatos e propostas reais, que valoriza nossa profissão sem recorrer a subterfúgios.
Minha esperança é que os advogados paraibanos saibam perceber essa diferença e optem por uma liderança que realmente priorize o diálogo, a transparência e realizações concretas. A advocacia paraibana exige líderes que vivam esses valores na prática e honrem a dignidade de nossa profissão.