Simone Tebet pode ser a primeira mulher no comando do Congresso

Aos 48 anos, a sul mato-grossense Simone Tebet (MDB) pode se tornar a primeira mulher a ocupar a presidência do Senado Federal. A senadora oficializou a candidatura nesta segunda-feira (21) em meio à disputa interna do seu partido com o senador Renan Calheiros (AL).

Se vencer, Tebet sentará na cadeira que foi do seu pai, o senador Ramez Tebet, entre 2000 e 2003. O senador faleceu em 2006. O presidente do Senado é também o presidente do Congresso Nacional (Senado e Câmara) e o terceiro na linha de sucessão da Presidência da República.

Dos 81 senadores a partir de 2019, 12 são mulheres, cerca de 1/6 da casa.

De perfil moderado, a senadora se movimentava muito discretamente nos bastidores, até tomar a decisão de anunciar oficialmente a candidatura ontem. Ela é líder do partido no Senado, e terá que unificar a legenda, com 12 senadores, em torno do seu nome. O MDB se reúne no dia 29 para bater o martelo. A eleição ocorre no dia 1º de fevereiro, no dia da posse de 2/3 da casa, os eleitos em 2018.

A senadora explicou nesta terça (22) que foi convencida por colegas de partido da importância de apresentar uma alternativa ao nome de Renan, dado o crescimento de outras candidaturas ao comando da Casa, como a candidatura do DEM.

— Está claro o direito que o MDB tem de indicar, ainda mais nesse momento de transição e incertezas. Mais do que nunca o Senado precisa de regras, precisamos de moderação, de uma casa forte, modelo. A primeira coisa é seguir regras. O MDB garantiu legitimamente nas urnas o direito de indicar o presidente. Diante da dificuldade de apoio de alguns senadores ao senador Renan, eu estou me colocando por entender que a bancada precisa de uma alternativa. A última coisa que pode acontecer ao MDB é perder a Presidência. E sob a minha liderança, se depender de mim, isso não vai acontecer.

Desde o ano passado, o senador Renan Calheiros se movimenta pela candidatura, mas enfrenta resistência por ser associado à “velha política” e pelas denúncias de corrupção que envolvem o seu nome. “Os senadores têm dificuldades de deixar a digital em Renan”, disse uma fonte à Coluna. E, por isso, Renan defendeu o voto fechado para a escolha do presidente em meio a guerra jurídica no STF (Supremo Tribunal Federal) para que voto fosse aberto. A última decisão, de Dias Toffoli, manteve o voto fechado.

Tradicionalmente, o partido com a maior bancada tem o comando da Casa e antes de se realizar a votação é feito um acordo. Hoje o MDB mantém a maior bancada. Se conseguir consenso em torno de um nome e fechar um acordo, elege o presidente indicado pela bancada. Se não houver acordo, a presidência é decidida voto a voto.

Também são candidatos à Presidência do Senado: Davi Alcolumbre (DEM-AP), Major Olímpio (PSL-SP), Tasso Jeiressati (PSDB-CE), Angelo Coronel (PSD-BA), Esperidião Amin (PP-SC) e Alvaro Dias (PODE-PR).

 

r7/colunadofraga

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