Radicalização da esquerda justifica edição de novo AI-5, afirma Eduardo Bolsonaro

O líder do PSL na Câmara, Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), disse que se a esquerda radicalizar, pode vir aí “um novo AI-5”, ou uma legislação aprovada por meio de um plebiscito. A declaração foi dada em entrevista à apresentadora Leda Nagle, publicada nesta quinta-feira (31) no Youtube. Eduardo já tinha flertado com a volta da ditadura no Brasil na última terça-feira (29) no Plenário da Câmara.

“Vai chegar um momento em que a situação vai ser igual a do final dos anos 60 no Brasil, quando sequestravam aeronaves, quando executavam-se e sequestravam-se grandes autoridades, cônsules, embaixadores, execução de policiais, de militares. Se a esquerda radicalizar a esse ponto, a gente via precisar ter uma resposta. E a resposta, ela pode ser via um novo AI-5, via uma legislação aprovada através de um plebiscito, como aconteceu na Itália. Alguma resposta vai ter que ser dada”, defendeu.

Segundo o líder do PSL, toda a crise de manifestações na América Latina tem sido bancada por Cuba e pela Venezuela. “Seria muita ingenuidade, Leda, se a gente achasse que isso daí não é arquitetado e tudo surgisse ao mesmo tempo”, declarou Eduardo. Para ele, Cuba ” sempre foi um câncer aqui na região”.

O deputado, que ascendeu recentemente à liderança da legenda na Câmara com intervenção do presidente da República, acredita que essa onda de manifestações semelhantes à do Chile chegará ao Brasil. “Vai chegar um momento em que a situação vai ser igual ao final dos anos 60 no Brasil”, declarou.

O Ato Institucional número 5 foi o quinto decreto adotado pela ditadura militar, em 1968. É considerado mais duro de todo o período de rompimento democrático que só se encerrou em 1985.

O Ai-5, dentre outros instrumentos, legalizou a cassação imediata dos mandatos de parlamentares que eram contrários aos militares. Institucionalizou a tortura ao suspender quaisquer garantias constitucionais. Aplicou a censura prévia de tudo que saía na imprensa, música, filmes ou qualquer outro tipo de entretenimento ou manifestação cultural. Prisão de jornalistas e artistas, além da morte e desaparecimento de presos políticos, também foi resultado desse período.

“Alguma resposta vai ter que ser dada porque é uma guerra assimétrica. Não é uma guerra onde você está vendo o oponente ali do seu lado e você tem que aniquila-lo como acontece nas guerras militares. É um inimigo interno de difícil identificação aqui dentro do país”, disse Eduardo, explicando o que levaria o governo a aplicar um novo AI-5. “Espero que não chegue a esse ponto. Mas a gente tem que estar atento”, finalizou.

No ano passado o deputado já havia declarado que, para fechar o Supremo Tribunal Federal (STF), bastaria um cabo e um soldado. A afirmação foi interpretada como um desapreço à democracia.

Na última terça, ele foi até o Plenário da Câmara e avisou que, se o Brasil repetir as manifestações chilenas, a esquerda “vai ter que se ver com a polícia e se eles começarem a radicalizar do lado de lá, a gente vai ver a história se repetir, e aí é que eu quero ver como é que a banda vai tocar”.

O pai do deputado, Jair Bolsonaro, já havia declarado anos atrás, quando nem se falava em sua candidatura presidencial, que ao assumir a presidência da República “daria um golpe no mesmo dia”. Bolsonaro também já se declarou defensor da tortura.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui