Não é novidade que o futebol possui um poder absurdo de movimentar a economia. Segundo estudo realizado em 2021, onde foi medido o impacto do futebol brasileiro na nossa economia, o esporte movimentou um total de R$ 52,9 bilhões, o que representa 0,72% do total do PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro, mostrando que R$ 37,8 milhões são de efeitos indiretos. A consequência disso é que boa parte dos estabelecimentos comerciais (bares e restaurantes) que foram totalmente prejudicados com a pandemia, puderam se beneficiar com a abertura gradual do comércio e a volta do futebol.
Tal estudo procurou entender o futebol brasileiro como indústria, identificando onde esse setor se encontra no cenário econômico e avaliando a sua evolução ao longo dos anos. Com isso, foi percebido um diagnóstico preciso que, efetivamente, mostra a relevância do futebol como negócio e não apenas como lazer.
Se usarmos como referência a maior liga de futebol do mundo, a liga Inglesa, teremos um forte exemplo, afinal, possui a maior audiência e números (finanças) que se tem conhecimento. De acordo com um estudo realizado, a Premier League contribuiu diretamente ao Produto Interno Bruto da economia britânica com 7,6 bilhões de libras entre 2016 e 2017. Além disso, têm-se a criação de 100 mil empregos diretos e indiretos, e £ 3,3 bilhões pagos em impostos para os cofres da coroa. Isso certamente carimba o protagonismo do esporte na economia.
COPA DO MUNDO X ECONOMIA DO BRASIL
E hoje é a estreia da Copa do Mundo do Catar, a edição mais cara da história. O evento custará US$ 220 bilhões, ou seja, 15 vezes mais que a sediada na Rússia, em 2018. Os efeitos financeiros, no entanto, não afetarão apenas o Catar e, sim, todos os países, incluindo o Brasil.
A Confederação Nacional do Comércio projetou um crescimento nominal de 7,9% em relação ao faturamento de 2014, ano em que a copa foi disputada em solo brasileiro. Estima-se que com a Copa do Mundo no Qatar devemos movimentar aqui R$ 20,3 bilhões. É um momento especial para o varejo e para a nossa economia. As estimativas otimistas foram feitas pelo levantamento do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL).
O evento acontecerá pouco depois das eleições, iniciando no dia hoje, 20 de novembro e segue até o dia 18 de dezembro. Então, serão dois grandes eventos consecutivos em um período do ano (último trimestre de 2022) em que a economia já estará efervescida, por conta das festividades natalinas.
Ainda sob a ótica econômica, especialistas acreditam que o impacto da Copa do Mundo na economia brasileira será diferente do normal, levando em consideração alguns pilares: maior nível de consumo – visto que o evento ocorrerá em paralelo com a Black Friday; menor produção – por conta dos jogos que acontecerão em dias úteis, e as empresas e os trabalhadores se mobilizarão para assistir aos jogos; investimentos instáveis – visto que as ações também serão influenciadas pelo desenvolver dos jogos e abertura de vagas de emprego, por conta das oportunidades de emprego temporário.
De fato, não é preciso ser um especialista no assunto para entender que, de fato, não se trata apenas de futebol, mas sim, de um dos grandes pilares econômicos de uma nação. Que venha o Hexa junto com todas essas boas expectativas econômicas!
Escrito pelo Economista João Bosco F Oliveira, especialização em gestão pública e com colaboração do administrador e analista de negócios (business analyst) Yury Teodósio.