O prefeito de Cabedelo, Vítor Hugo (DEM), se tornou alvo de mais uma denúncia do Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco). A ação criminal protocolada nesta quarta-feira (1º) inclui no rol de acusados, também, a ex-presidente da Câmara Municipal, Geusa Ribeiro, e a servidora do município, Fabiana Maria Monteiro Régis. As acusações incluem suspeitas de contratação de servidores fantasmas, recebimento de valores e supostas irregularidades na articulação para a formação da mesa diretora da Câmara, que levou Vítor Hugo ao comando do Executivo.
Os promotores relatam que tudo foi iniciado com a compra do mandato do ex-prefeito Luceninha, em 2013. Ele deixou o cargo para dar lugar ao então vice-prefeito, Leto Viana. O sucessor, de acordo com a denúncia, teria arquitetado uma organização criminosa com o intuito de se manter no poder. Vítor Hugo, segundo o Ministério Público, teria recebido valores para aderir ao prefeito, com direito a indicação, também, de servidores fantasmas. As articulações teriam contribuído também para o gestor assumir o comando da prefeitura, com o afastamento de Leto.
“O aprofundamento da profícua investigação realizada, com uma análise ampla do robusto quadro probatório reunido ao longo da Operação Xeque-Mate, permitiu a este GAECO e à Polícia Federal concluir, peremptoriamente, que VITOR HUGO PEIXOTO efetivamente integrou o referido grupo criminoso e cometeu diversos delitos no seu âmbito. Com efeito, o trabalho investigativo realizado pelos órgãos de persecção penal citados mostrou, em detalhes, que houve uma verdadeira captura dos Poderes Executivo e Legislativo de Cabedelo/PB pela ORCRIM”, diz a denúncia.
Sobre Geusa, a denúncia aponta que ela teria integrado a suposta organização criminosa, inclusive com o recebimento de valores e indicação de pessoal para a Prefeitura. “Constatou-se que ela recebeu vantagem indevida (R$ 10.000,00 em parcela única, além de R$ 6.000,00 em duas parcelas) para aderir à base do governo de LETO VIANA, de modo a pautar toda a sua movimentação favoravelmente aos interesses pessoais do então prefeito”, diz a denúncia protocolada pelo Gaeco.
De acordo com a acusação, a servidora Fabiana Maria Monteiro Régis teria atuado como a ponte para a entrega de valores aos vereadores. Ela teria tido papel determinante do episódio das cartas-renúncia de vereadores, usadas para cobrar a fidelidade dos apoiadores do prefeito. A servidora também era responsável pelo pagamento de dinheiro vivo aos parlamentares que teriam integrado a organização ciminosa.
Na ação, o Ministério Público pede a perda do cargo, emprego, função pública ou mandato. O órgão também defende o pagamento de multa por danos morais e materiais pelos supostos prejuízos causados de R$ 49 milhões.
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